31 de julho de 2009

“Passeata ao Luar” - 2009

De Sábado, 4 de Julho, para Domingo, 5




Organizado pela Junta de Freguesia e pela UDV – União Desportiva e Tuna Vilafranquense, decorreu o VIII Passeio Pedestre, desta vez um passeio nocturno e com a sugestivo designação de “Passeata ao Luar”.

Sessenta e três caminheiros, de entre os quais o habitual grupo de Visitantes “capitaneado” pelo nosso amigo Pires, concentraram-se na Sede da UDV a partir das 22 horas.
O arranque deu-se pelas 22h 30.

O grupo, em geral bem prevenido com lanternas eléctricas e “bordões”, atravessou Vila Franca, com o Eng. Vasco Figueiras à frente a marcar o ritmo e o itinerário. E seguiu-se pela Feiteira, Vale dos Fiais, até ao Penedo dos Três Pezinhos e ao Penedo Sacralizado, tudo por caminhos agro-florestais.

Nesta parte, como apoio, seguia atrás uma viatura dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira e a Ambulância desta corporação também seguia mas pela estrada principal que passa pela Ponte do Moinho do Buraco.

No Penedo Sacralizado houve oportunidade para uma curta explicação sobre o mesmo. Por momentos, tombada sobre o alto Sul, a Lua (quase) Cheia ia espreitando por entre algumas nuvens (indesejadas). Ali foi dito que retirando as iluminações eléctricas que ponteavam o horizonte até à Serra da Estrela e Monte Colcurinho, aquele era a paisagem nocturna que dali pôde ter sido avistada há três ou quatro mil, anos atrás.

A marcha seguiu, a descer, até à Ponte do Moinho do Buraco.

Um pouco depois, passado o Seia, o trajecto segue virado a Este por um estreito trilho, marcado “a corta-mato”, por entre giestas e penedias. É uma subida de “primeira categoria”, em fila indiana muitas vezes, rumo ao Penedo que, lá no alto, enquadra a paisagem e forma o tecto da Lapa Seixinha.

As numerosas lanternas dos caminheiros assinalam o trajecto e “varrem” as imediações.

– “Parecem luze-cus” – comenta alguém que entretanto já chegou ao Penedo da Lapa Seixinha.

- “Parece um comboio à noite” – comenta outro.

A subida empina a sério… Curiosamente, aqui e acolá, bordeja-se o traçado, ladeado por muro ainda bem visível, da antiga estrada que da Ponte Velha do Buraco seguia para Travancinha e povoações seguintes.

Um último esforço, e o “cume” é conquistado após vinte minutos de subida, onde apenas se registaram duas quedas ligeiras, por escorregão.

A equipa de apoio, à base do “Clube dos Barrigudos”, já lá tinha bem no cimo, pronta e ``a espera, a mesa com as costumadas especialidades da região: - “Queijo da Serra”; Presunto; Pão Caseiro; Chouriça; Vinho Dão da Adega Cooperativa da Cordinha.

Ou seja, à meia-noite o grupo estava onde devia estar, completo, e preparava-se para uma pausa supimpa, para retomar fôlego e energias.
A Lua aparecia agora, quase Cheia, limpa de nuvens. A paisagem era difusa, embrulhada em sombreados matizados e em reflexos vagos de caminhos e penedias, a descer e a subir, com uma mancha escura a delinear, em fundo, alguns trechos do Seia e da Quinta da Baleia.

O grupo avançou sobre a mesa posta, “alumiado” pelos holofotes de algumas viaturas “de apoio” que lá tinham chegado e estacionado. Ali mesmo ao lado, o dorso enrugado do Penedo da Lapa Seixinha servia de assento a um pequeno grupo que lá se concentrou. Os restantes movimentavam-se em redor da mesa, debicando aqui e acolá. Só meia-dúzia baixou pelo carreiro de acesso a (re)visitar a Lapa Seixinha reluzente nos focos das pilhas eléctricas.

É então que três mulheres - vindas de Trás-os-Montes - preparam a “Queimada”, a surpresa da noite. Vestidas (e pintadas) de negro, despejam aguardente bagaceira, mel, açúcar, depois pedaços de maçã numa larga “caçoila” em cobre.

Bota-se fogo à aguardente. As chamas hesitam no início mas logo saltam e aumentam enquanto sobe a temperatura dentro da vasilha. Uma das mulheres vai mexendo e remexendo, fazendo saltar as labaredas. Passam mais de dez minutos. Finalmente as chamas apagam-se. A “Queimada” está pronta....

Cada pessoa deve ainda atirar, lá para dentro, um grão de café. Muitas fazem isso. Ah! Mas, a seguir, é altura de se ler, alto, o “responso” privativo da “Queimada”, assim ao jeito de um esconjuro de bruxas e feitiços – ou será antes uma “convocatória” ? – com quase todo o grupo, atento, a seguir o ritual.

Acabada esta função, reparte-se a “calda” da caçoila pelos copos dos caminheiros. Dá um “saborzão” quente onde ainda se destaca, forte, o cheiro a bagaço. Mas também é adocicado. Cai bem, até porque a noite está fresca. Há quem repita…

Concluído este “exorcismo”, é tempo de retomar a caminhada. Ordena-se o grupo e lá se vai de novo.

Agora, pela estrada que leva a Travancinha, (embora se vá em sentido oposto), e desce-se outra vez até à Ponte do Moinho do Buraco.

Logo depois, apanha-se um outro estradão em terra batida que segue paralelo ao Seia, até bem perto das “ruínas” do Moinho das Figueiras, saudosa referência para quem tenha mais de cinquenta anos…e vão lá vários caminheiros nessa faixa etária.

Daqui, o estradão empina-se, bravo.

É subir e resfolegar… Vêm à lembrança os tempos em que a garotada maranhava por ali, para se banhar no Seia, quando este tinha águas límpidas. Subia-se aquelas rampas no final da tarde, quase à noitinha, depois de vastas horas a chapinhar na água.

Para muitos de nós, há quase cinquenta anos atrás, esse regresso à Povoação e à nossa casa, antecedia mais uns açoites do pai ou da mãe que sempre nos “proibiam” de ir “para a Ribeira”, como se designa por aqui o rio Seia. Mas qual quê? Quanto mais nos “proibiam “ mais nós, garotada nos dez, onze, doze anos, mais nós para lá corríamos... Por isso, nessa época, em tantos dias de Verão, o regresso a casa, depois do banho, era retardado o mais possível…

Desta vez, em 2009, são quase duas da manhã, em plena e “dura” caminhada. A Lua (quase) Cheia mantém-se limpa e “alumia-nos” o caminho. É bonito passear, assim, ao Luar ! O problema é que as pernitas já doem e o pulmão já “transpira”…

Agora, queremos é chegar o mais depressa possível a Vila Franca e `a Sede da União…
A distância vai sendo vencida. Um pequeno grupo de acompanhantes “marginais” ensaia “pregar um susto” aos caminheiros produzindo ruídos estridentes dentro da mata escura, mas não impressiona grandemente…

Mais um pouco e alcança-se o Campo de Futebol, onde já há iluminação eléctrica.

Estamos dentro de Vila Franca, de novo.

É só mais um instante e entra-se na Sede da UDV. São duas horas da manhã, aliás tal como estava previsto e também não houve problemas de maior.

Entretanto, o inefável “Clube dos Barrigudos” já lá tinha pronta a mesa e pronta estava a panela com café bem quente. Quem quis, pôde então encher uma “malga” e deitar lá dentro uns pedaços de requeijão (e pão).

Disponível estava também um doce de abóbora que, ao que muitos dizem, condiz bem com requeijão.

Lá se degustou a especialidade, apesar do cansaço visível em muitos rostos. Tinha sido uma caminhada na ordem dos oito quilómetros, com duas subidas de “primeira categoria”… e com um intervalo grande para a “merenda da meia-noite”, lá no alto do Penedo da Lapa Seixinha.

E passava já das três da manhã quando os últimos convivas saíram da Sede da UDV, encerrando-se, assim, esta “Passeata ao Luar” na noite de quatro para cinco de Julho, em Vila Franca da Beira e “arredores” para os lados do Rio Seia.

Jano

19 de julho de 2009

CDU ainda sem candidatos para as autárquicas

QUINTA, 16 JULHO 2009 17:03 LILIANA LOPES - ÚLTIMA HORA -
in CORREIO DA BEIRA SERRA


A um mês do fim do prazo para a entrega das listas para as eleições autárquicas marcadas para 11 de Outubro, a CDU continua sem candidatos em Oliveira do Hospital.

Contactado há instantes pelo
correiodabeiraserra.com , o representante do PCP no concelho disse “ainda não estar nada previsto” em matéria de candidatos para as próximas autárquicas. Confrontado com o aproximar da data limite para a entrega das listas – 17 de Agosto – João Dinis garantiu que é intenção do partido cumprir os prazos, mas que por enquanto ainda é cedo para adiantar nomes.

“Há muito mais vida e luta para lá das eleições”, referiu a este diário digital, explicando o silêncio da CDU numa altura em que outros partidos e movimentos independentes se começam a posicionar.

Pese embora a indefinição em torno da constituição das listas, João Dinis não excluiu a possibilidade de ele próprio encabeçar uma candidatura à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. “Sempre disse que poderia vir a ser”, afirmou a este diário digital, sublinhando que “o que tem de ser, será”.

A concluir o segundo mandato na presidência da junta de freguesia de Vila Franca da Beira, o representante do PCP em Oliveira do Hospital foi, já este ano, afectado por uma baixa no partido.
Eleito em 2005 presidente da Assembleia de Freguesia de Vila Franca da Beira e deputado na Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, António Lopes arredou-se do PCP e integra agora, como independente, o projecto do PS para as próximas autárquicas, encabeçando a lista à Assembleia Municipal.

As baixas na CDU sentem-se também ao nível da freguesia de Oliveira do Hospital, com Nuno Oliveira – eleito em 2005 membro daquela Assembleia de Freguesia – a posicionar-se do lado dos socialistas.

Ver notícia e comentários em:

http://www.correiodabeiraserra.com/index.php?option=com_content&view=article&id=2421:cdu-ainda-sem-candidatos-para-as-autarquicas&catid=53&Itemid=110