26 de fevereiro de 2013

Vila Franca da Beira - Capela de Santa Margarida - Obras de Restauro da Talha Dourada e Outras - 2013

Em Novembro/2012, minha última estadia em Vila Franca da Beira, estava a ser iniciada uma fase de obras de beneficiação na nossa Capela de Santa Margarida. A minha formação escolar, também na área de "belas-artes", aguçou-me a curiosidade em saber alguma coisa mais sobre estas obras, através de conversa com o mestre em restauro de objectos de arte, Sr. António Monteiro, que então se encontrava em desenvolvimento das respectivas tarefas. 

Quando voltei, em meados de Fevereiro, também por curiosidade, fui verificar as diferenças entre “o antes e o depois” do trabalho finalizado. 

Falei com alguns dos elementos da Comissão Fabriqueira, felicitando-os pela iniciativa de meter ombros a uma tarefa que urgia ser feita, sob pena de se assistir, talvez, a que a contínua degradação, provocada pelo decurso dos anos e a actividade dos insectos xilófagos e fungos, ocasionasse a derrocada de algum dos elementos artísticos da Capela. 

Pensando que, tal como eu, muitos Vilafranquenses, especialmente os que se encontram mais distantes do País, gostarão de conhecer as melhorias que vão encontrar quando aqui voltarem, porventura já na próxima festa de devoção à nossa Santa Margarida, resumirei a seguir algumas das acções efectuadas. 

Limpeza. Colmatação de fendas e lacunas, importantes para estabilização física dos elementos. Consolidação de zonas enfraquecidas (por acção de humidade e insectos). 

Intervenção no altar-mor, no arco, na abóboda, nos nichos dos altares laterais, substituindo papel de parede por pintura. Foram criados elementos decorativos em falta, e elementos novos que melhor se enquadrassem no ambiente visual. Procedeu-se também à substituição do ambão antigo.

Reforço dos quadrantes de sustentabilidade, na zona do trono, com prumos de aço inoxidável. Substituição da escada de madeira, que acedia ao trono, por outra em inox, disponibilizando um espaço que antes não permitia qualquer utilização. 

Canalização de instalação eléctrica para iluminação do interior do altar-mor.

Restauro dos castiçais antigos de madeira e da cruz (crucifário).

Pintura e douramento de todos os altares e púlpito, a ouro de lei a 23 ¼ Kt./24 Kt, e colocação de filme (selante) de protecção final.

O valor da obra (23 000 €) foi coberto integralmente por importâncias acumuladas, (e já destinadas a estas obras de beneficiação), obtidas nas festas, quermesses e leilões, nos donativos recolhidos nos ofertórios dos actos de culto, e ainda com a oferta de 300 € do habitual benemérito Vilafranquense  Sr. Manuel Escada.

É de louvar a preocupação da Comissão Fabriqueira em promover a conservação e valorização deste património inestimável à sua guarda, e também o incentivo e interesse manifestados pelo Padre Orlando.

Culminada esta importante etapa, outras se lhe seguirão, entre as quais, eventualmente, a manutenção/substituição dos bancos. Os Vilafranquenses agradecem e merecem.