21 de março de 2007

O Entrudo e a tradição em Vila Franca da Beira

A calma confecção do almoço de domingo gordo foi, repentinamente, sacudida pelo ribombar de foguete, prenúncio de algo inusitado para aquela hora.

De facto, começara a ouvir-se música vinda do Largo de Santa Margarida, junto à antiga “Pharmácia”, surpreendendo quem chegava, mais ainda pela actuação de um grupo de jovens - e menos jovens - oriundos de Sameice que encenava o julgamento do galo, em “entrudada” de tradição antiga, com raízes, segundo se crê, nas brincadeiras de escárnio e maldizer medievais.

À música e canto do intróito seguiu-se o julgamento do animal que se empertigava no alto de poleiro agaiolado.


A brejeirice dos ditos e rimas que acompanhavam a acusação e a defesa do animal – cuja vida não se terá pautado pela virtude e bons costumes – arrancavam sonoras gargalhadas de quem assistia. Mascarados a rigor, autoridades, testemunhas, advogados e juiz, apoiados em grossos volumes de legislação, concluíram pela condenação à morte do galináceo. Nas deixas testamentarias, este, entre outras, deixou a crista aos soberbos e emproados, as unhas aos que delas precisassem para melhor arranhar e o bico para quem tivesse o seu demasiado pequeno. Tudo isto acompanhado com um certo ar de erotismo e prosápia de GALO.

No final, uma dança em ritmo pauliteiro encerrou a actuação do grupo a quem a assistência não regateou aplausos e contribuição monetária.

É bom constatar que continua havendo quem, que por gosto e carolice, não deixa morrer tradições como esta que se perdem na conta dos tempos.

UDV

A UDV mais uma vez organizou o baile de Carnaval, em 19 de Fevereiro, segunda feira, que foi abrilhantado pelo conjunto “BRINCOBAILE”.

Os Vilafranquenses participaram activamente e em grande número, aproveitando para um "pé de dança”, para um serão de convívio, e fundamentalmente para tomar parte no tradicional concurso de mascarados, classificados em duas categorias:


“ENTRUDEIROS” que respeitam a tradição antiga
“FANTASIAS” todos os outros tipos de máscaras


De acordo com as respectivas idades, foram agrupados em CRIANÇAS, JOVENS e ADULTOS.

Os premiados foram:

No grupo CRIANÇAS, uma menina, que vestia um traje de índia, além de outro menino.
No grupo JOVENS, um rapaz, de “entrudeiro” trapalhão que ostentava um candeeiro aceso na cabeça
No grupo ADULTOS, uma “entrudeira” peixeira – a ELISA – com um caixote de peixe à cabeça.

A festa continuou, e, o som da música do conjunto, levava os circunstantes a rodopiar divertidamente. (C.A.)

Para o ano há mais !

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